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sábado, 1 de agosto de 2020

Star Trek: Portal do Tempo - Resenha

Espaço, a fronteira final.
Estas são as viagens da nave estelar Enterprise, em sua missão de cinco anos, para explorar novos mundos, novas civilizações, audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve.

Editora Aleph, 2016; 250 páginas.


É imprescindível que você, caro leitor, assista ao episódio All our yesterdays (temporada 3, episódio 23), da série clássica de Star Trek, visto que este romance é uma continuação direta do referido episódio, no qual Spock e McCoy ficam presos no passado glacial do planeta Sarpeidon e o meio vulcano conhece a "selvagem" Zarabeth e se relaciona com ela.

O Guardião da Eternidade - o portal do tempo que entitula a história - também é uma figura importante no decorrer deste livro, e ele fora introduzido no episódio The city on the edge of forever (temporada 1, episódio 28) também da série clássica de Star Trek. Não é um episódio extremamente obrigatório que você deva assistir para o entendimento dos acontecimentos do livro, mas fica aqui a citação - e recomendação. Mas assista, é um dos melhores - senão o melhor - episódios de Star Trek!

O portal do tempo Guardião da Eternidade,
visto no episódio "The city on the edge of forever".

Se este é seu primeiro contato com Star Trek, é super recomendável que assista os dois episódios citados acima, assim você conhece melhor os personagens, o ambiente de Star Trek, etc. No momento da publicação desta resenha, a série clássica de Star Trek está disponível de forma oficial na Netflix.

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Breve história:

Em um dia qualquer na Enterprise, uma alferes mostra a Spock e ao Dr. McCoy algumas fotografias feitas em uma caverna do planeta Sarpeidon, no qual claramente se vê uma figura de um humanoide com orelhas pontudas, um vulcano. Spock e McCoy logo se dão conta de que o o vulcano representado na caverna não é Spock, e sim um provável descendente de Spock, fruto de seu breve relacionamento com Zarabeth, uma nativa do planeta.

Zarabeth e Spock em uma cena do episódio "All Our Yesterdays".


Uma vez que na tradição vulcana a família representa um elo importante, Spock decide voltar ao passado do planeta Sarpeidon e resgatar seu filho, mas como um bom e velho episódio da série clássica de Star Trek, o capitão Kirk e o dr. McCoy se juntam a Spock nessa aventura, e viajam extraoficialmente a um velho planeta conhecido, o planeta onde se localiza o Guardião da Eternidade.

Retornando ao presente, Zar, o filho de Spock, tem de se adaptar à vida na Enterprise, além de aprender o idioma e tradição vulcanas; porém, uma invasão de romulanos ao planeta do Guardião da Eternidade coloca a Enterprise no meio de um fogo cruzado, para evitar que os romulanos tomem posse do Guardião da Eternidade e mudem o curso da história.

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Sobre o livro e a edição:


Este romance foi originalmente publicado (sob o nome Yesterday's Son) no ano de 1983 nos Estados Unidos; mas esta versão na qual estou lendo é a brasileira, (re)lançada pela Editora Aleph em 2016.

Logo de cara, um tiro certeiro da Aleph foi a inclusão de algumas páginas explicando quem são os personagens principais e suas funções, e um glossário que explica as raças e termos citados neste livro. Estes dois "extras" são essenciais para quem está tendo o primeiro contato com Star Trek, e também pra fãs de velha guarda e entusiastas que podem não conhecer ou lembrar de certas nomenclaturas presentes na franquia.
 
Durante alguns diálogos, são citadas pessoas e eventos ocorridos em outros episódios de Star Trek, mas a editora se preocupou em colocar uma nota de rodapé no fim de cada página, para situar o leitor e contar quem é a pessoa ou o evento, e em que episódio fora apresentado.

A diagramação do livro é ótima, com as letras e linhas bem espaçadas, que deixam a leitura muito mais confortável, além de darem uma "engordada" no livro, visto que se trata de um romance relativamente curto, de pouco mais 200 páginas. A qualidade do papel também é ótimo, em um tom um pouco amarelado, bem agradável para leitura. Destaco aqui também a belíssima e exclusiva capa da edição brasileira, que conta com uma belíssima arte.

Spock e seu filho, Zar.


Quanto à escrita, é satisfatória. A autora conseguiu capturar bem a personalidade de nossos queridos personagens principais e os transcreve para as páginas, além de passar toda a atmosfera de um bom e velho episódio antigo de Star Trek, com direito até a presença dos camisas-vermelha (red shirts), os seguranças da Enterprise, que é claro, morrem.

Para quem é mais familiarizado com Star Trek e os seus personagens, pode ocorrer um estranhamento quanto ao comportamento de Spock nesta história, já que o mesmo deixa um pouco de lado seu comportamento lógico e passa a adotar uma postura mais sentimental. O dr. McCoy é notadamente o personagem que mais se destaca neste romance, uma vez que ele passa para Zar uma figura paterna, inclusive sempre se preocupando com o próprio garoto, muito mais ainda que o próprio pai biológico, o sr. Spock.

Vale ressatar que este romance ganhou uma continuação em 1988, escrito pela mesma autora. Intitulado Time for Yesterday, a sequela também foi publicada aqui no Brasil, pela Editora Aleph nos anos 90, sob o título O Filho de Spock.
 
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Finalizando:


Este livro marca (ou melhor dizendo, marcaria) o retorno das publicações de romances de Star Trek pela editora Aleph, em 2016, pegando carona nas comemorações de 50 anos da série clássica e do lançamento do filme Star Trek Beyond nos cinemas. Porém, Portal do Tempo foi o único a ser de fato publicado. A editora ainda havia anunciado o lançamento de dois romances de Star Trek para o ano de 2017, mas eles nunca viram a luz do dia.

Arrisco dizer as vendas de Portal do Tempo não foram muito satisfatórias para a editora, e isso acabou freando o lançamento de mais livros aqui no Brasil. Para efeitos de comparação, a Aleph lançou entre 2014 e 2019 quase 30 livros de Star Wars, e segundo a própria editora, todos os livros de Star Wars somados venderam mais de 500 mil exemplares. Okay, eu sei que Star Wars é bem mais popular que Star Trek, e consequentemente vende mais.

Este que vos escreve torce para que um dia Star Trek volte a ter mais obras literárias publicadas no Brasil. Os próximos anos prometem uma enxurrada de novas (produções e temporadas) de séries e animações de Star Trek, e este talvez seja o gatilho para que novos materiais relacionados a franquia venham para nossas terras tupiniquins.

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Fontes e referências bibliográficas:

Aleph prepara novos livros de jornada para 2017! - Trek Brasilis; por Salvador Nogueira.

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